O bullying é prejudicial para crianças e jovens e precisa ser encarado com seriedade, e deve ser resolvido por meio de conversas entre as partes envolvidas
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O que é bullying
Atitudes agressivas e repressivas sempre existiram. Apesar de antigamente as pessoas não as chamarem pela denominação correta e, em alguns casos, não darem a devida importância, o bullying na escola entre crianças e jovens é um assunto sério e que não pode ser ignorado.
Sabemos que a escola é um ambiente de relacionamento, o que implica na convivência de pessoas com opiniões, pensamentos, aparências e comportamento totalmente distintos. Sendo assim, trata-se de um local propício para o desenvolvimento e a prática do bullying.
Uma pesquisa do IBGE de 2015, apontou que 21% dos estudantes brasileiros já praticaram algum tipo de bullying. Complementar a essa informação, o Diagnóstico Participativo das Violências nas Escolas de 2016 afirma que 70% dos jovens já presenciaram algum tipo de agressão no ambiente escolar.
Nesse contexto, é preciso que haja uma movimentação entre professores e alunos para auxiliar na redução dessas ocorrências. Mas, antes de tentarmos entender como combater o problema, precisamos saber o que pode e o que não pode ser considerado bullying na escola.
Para isso, vejamos a classificação a seguir:
- Pode ser chamado de bullying toda atitude agressiva verbal ou não verbal. Ela acontece de forma intencional e repetitiva. Além disso, se caracteriza pela sobreposição de poderes. Ou seja, pelo sentimento superioridade de uma pessoa em relação a outras;
- Por outro lado, não podem ser chamados de bullying discussões pontuais, desentendimentos e brigas não recorrentes.
Quem está envolvido
Toda ocorrência de bullying pode ser identificada a partir da presença de três personagens: a vítima, o agressor e o espectador. Porém, apesar desses papéis estarem delimitados dessa maneira, é importante que não haja taxações na hora de combater esse problema.
Isso porque a pessoa que está praticando a ação pode já ter sofrido da mesma forma em determinado momento. Ao criar um sentimento de rótulo, pode ser que você não consiga resolver a situação, mas agravá-la.
Como tratar o bullying na escola?
Para resolver essa situação desagradável é preciso compreender a realidade dos seus alunos e o que pode ter propiciado aquela atitude. Para isso, a conversa sempre será a melhor saída. Esteja disponível para ouvir o que cada personagem (vítima, agressor e espectador) tem a dizer sobre o ocorrido sem julgamentos.
Além dessa atitude para combater o bullying na escola, veja outras dicas a seguir:
Não generalize e nem diminua o sentimento do outro
Não sabemos por quais situações cada um passou ou está passando. Assim, não podemos julgar os sentimentos do outro como menos ou mais relevantes. Por isso, não generalize o bullying dizendo que “todo mundo já passou por isso”, nem mesmo diga que “isso não tem importância”.
Da mesma forma, é fundamental que a solução utilizada em uma ocorrência de bullying não seja necessariamente o padrão para todas. Isso porque, o que funcionou com uma pessoa pode não gerar o mesmo resultado para outra. Cada caso é um caso.
Dê abertura para o diálogo
Se você é um professor, coordenador ou diretor em uma escola, esteja sempre aberto a conversar com os alunos. Além disso, permita que eles venham pedir conselhos. Essa atitude pode ser um passo grande para reduzir o número de casos de bullying na escola.
Indo além, vá até eles também. Ou seja, esteja sempre interagindo de forma a mostrar interesse nas suas vidas pessoais e estudantis. Essa abertura melhorará o convívio e o bem-estar nas relações interpessoais.
Conscientize o corpo docente da sua escola sobre o bullying
Combater o bullying na escola é um trabalho de toda a comunidade que está inserida naquele ambiente. Por isso, as atitudes de combate não podem ser responsabilidade de apenas um grupo pequeno de professores. Sabendo disso, é fundamental promover um bate-papo sobre como, nas suas percepções, estão as atitudes de alunos e levantar interpretações sobre baixa autoestima ou relação desigual em sala de aula.
Com essas conversas, todos poderão compartilhar conhecimento sobre a percepção de realidade e, juntos, encontrar soluções para trabalhar os problemas da melhor maneira possível.
Aproxime-se dos responsáveis
Nem todo ambiente escolar estimula a presença dos pais e responsáveis na escola, quando essa pode ser uma ótima alternativa para tratar o problema. Isso porque o bullying é uma realidade que reflete em todos os aspectos da vida de uma pessoa. Por isso, pense junto com a sua equipe escolar quais são as melhores oportunidades que vocês podem promover para incentivar a participação dos familiares na vida escolar dos estudantes.
Separe um espaço de incentivo à reflexão bullying
Refletir sobre assuntos pessoais pode não ser um hábito muito frequente na sua instituição de ensino. Acontece que esse é um costume que precisa ser estimulado entre crianças e adolescentes. Mesmo que nunca tenham sido vítimas de bullying, os jovens podem já ter passado por alguma situação como espectador passivo sem ao menos perceber que poderiam fazer algo para intervir.
Nesse sentido, é válido inserir momentos em grupo, na própria sala de aula ou em um ambiente externo, para promover uma reflexão sobre atitudes que causam dor e angústia nas pessoas.
Para auxiliar nesse diálogo, o professor pode utilizar livros literários que tratem de temas relacionados para que todos se projetem naquela realidade e exercitem a empatia. Assim, colocando-se no lugar do outro, os alunos podem perceber a necessidade de compreensão para com as pessoas que sofrem bullying na escola.
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