Tempo de Leitura: 7 minutos
Educação ambiental
“O meio ambiente não é sinônimo de bicho e floresta. Começa no meio da gente”. A afirmação do jornalista, escritor e professor de Geopolítica Ambiental André Trigueiro bem representa a contemporaneidade com a qual devemos perceber as pautas ambientais. E incorporar o tema à sala de aula é uma das formas mais eficazes de criar e manter uma nova consciência sobre a importância, a urgência e a nossa responsabilidade sobre a preservação do meio ambiente.
José Manoel Martins, educador, biólogo e Doutor em Ciências Biológicas, observa que a Educação Ambiental (EA) deve ser encarada pelos professores como um tema transversal no currículo escolar. “A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), de 2018, estabelece que ‘cabe aos sistemas e redes de ensino, assim como às escolas, em suas respectivas esferas de autonomia e competência, incorporar aos currículos e às propostas pedagógicas a abordagem de temas contemporâneos que afetam a vida humana em escala local, regional e global, preferencialmente de forma transversal e integradora’, entre eles a EA. Portanto, o professor de qualquer componente curricular ou disciplina pode – e deve – trabalhar com seus alunos assuntos relacionados à educação ambiental”, enfatiza ele.
Existem diversas maneiras de introduzir e desenvolver essa pauta com os estudantes: “Colocar esses temas para discussão em sala de aula, por meio da leitura de um artigo ou da organização de uma roda de conversa em que os alunos trazem notícias recolhidas na mídia e as apresenta aos demais colegas, no contexto do que estão discutindo nas aulas, são algumas das formas de abordar a EA”, esclarece José Manoel.
- Cálculo de pegadas ecológicas e hídricas, de forma individual e coletiva, seguido de reflexão sobre como diminuí-las.
- Estimativa de gastos com água virtual em produtos consumidos, seguida de reflexão sobre os padrões de consumo.
- Análise da produção de lixo residencial e escolar, seguida de discussão sobre o consumismo.
- Oficinas de reciclagem e reutilização de materiais recicláveis como forma de repensar a produção e o consumo.
- Cálculo do consumo de aparelhos eletrônicos em suas residências e propostas para a diminuição de gastos.
- Investigação de problemas ambientais vividos em suas cidades e elaboração de propostas para a mitigação dos impactos ambientais gerados.
- Discussão sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) na perspectiva de quais estão mais relacionados aos problemas ambientais observados nos diferentes biomas e proposta de ações para reduzi-los, melhorá-los ou impedi-los.
Fonte da Imagem: Natural resources vector created by studiogstock – www.freepik.com
- Aquecimento global.
- Mudanças climáticas.
- Crise energética.
- Energia limpa.
- Poluição do ar, da água e do solo.
- Sustentabilidade.
- Consumismo.
- Escassez de recursos naturais.
- Conservacionismo x Preservacionismo.
- Agroecologia.
- Agrotóxicos.
- Impactos ambientais pelas ações antrópicas.
- Desmatamentos e queimadas.
- Perda de biodiversidade.
Contudo, é fundamental que o educador se componha para tanto. “A preparação do professor para qualquer que seja o foco de ensino requer planejamento de sequências didáticas apropriadas e não é diferente na EA. O material produzido pelo Anglo Vestibulares, da SOMOS Educação, busca fornecer subsídios a estudantes e professores para explorarem os temas relacionados ao meio ambiente. Todas as principais questões ambientais são tratadas em nossos materiais, nos diferentes níveis de ensino. Além disso, há também dicas para a atualização do professor, fornecidas no material do docente, bem como em pins presentes nos cadernos digitais. Hoje, a internet é uma fonte infindável de informações e, embora deva ser utilizada com parcimônia, facilita o acesso a dados e contribui para o embasamento de análises e discussões. Outra via cada vez mais explorada é o podcast, que também pode ser utilizado como recurso pedagógico. Sugiro, inclusive, o ‘Copiô, parente!’, produzido pelo Instituto Socioambiental (ISA), e o ‘Ambiente é o meio’, vinculado à Rádio USP”, recomenda José Manoel.
A despeito de toda a praticidade da web, ele alerta que, quando se trata de conhecimento proveniente da esfera virtual, todos os educadores têm uma preocupação a mais: “Informações falsas atrapalham não só a discussão socioambiental nas escolas, como todos os ensinamentos oferecidos por elas. A nossa função é a de formar nossos estudantes para desenvolverem ou aprimorarem um olhar crítico para todos os materiais que recebem. Temos que prepará-los para serem capazes de saber conferir as informações e estimulá-los a construírem uma defesa contra as mentiras propagadas. Nessa era de pós-verdade, em que, cada vez mais, há pessoas que negam fatos em nome de reações emocionais ou posições políticas, a ciência tem a missão de fornecer os argumentos e as evidências para a tomada de decisões socioambientalmente adequadas”.
Por fim, José Manoel destaca a essencialidade do professor no processo de construção de uma sociedade mais ética e sustentável. “Nosso papel de educador no contexto atual, de tantas mudanças tecnológicas, sociais, comportamentais, ambientais, pandêmicas, entre tantas outras, é cada vez mais desafiador e complexo. Por isso, nossos materiais procuram dar subsídios e ferramentas para professores e professoras desenvolverem suas aulas da forma mais significativa e transformadora possível”, encerra ele.
José Manoel Martins
Doutor em Ciências Biológicas, autor de material didático de Ciências, Biologia e professor de Biologia.
Leia também:
A divisão dos Três Poderes e o impacto do nosso voto na atuação de cada um
Estamos em ano eleitoral. E o voto é a oportunidade de ter a nossa visão de mundo representada nas discussões do Congresso e na gestão da nação [+]