Enem e vestibular: dicas para mandar muito bem na redação

Se não de todo mundo, certamente da maioria: a redação é a parte da prova, seja ela do Enem ou do vestibular, que mais tira o sono dos candidatos.

Contudo, acredite: com planejamento e equilíbrio, escrever pode se tornar uma prática mais fluida e menos aterrorizante.

Para tanto, acompanhe as dicas de Sérgio de Lima Paganim, diretor do Anglo Vestibulares e responsável pelas apostilas de português e redação do curso.

Organizar o tempo é imprescindível. Por isso:

• Use 30 minutos para a leitura e o planejamento do texto;
• Separe mais 30 minutos para fazer a versão intermediária da redação, ou seja, para executar o planejamento em forma de texto;
• Caso seja seu hábito, deixe mais 15 minutos para passar a limpo.

Para não perder pontos, evite:

• Ousadias linguísticas e de análise temática – como dissertar utilizando uma linguagem do século XIX a fim de parecer erudito ou tentar uma análise mirabolante, com uma abordagem inédita, que seja um ponto de vista fora da curva. Não são necessariamente elementos que caracterizam uma boa redação;
• Ficar em cima do muro. O texto dissertativo-argumentativo pressupõe um posicionamento. Deixe clara a sua posição;
• Desrespeitar os direitos humanos: argumente respeitando os valores de cidadania, liberdade, solidariedade e diversidade cultural.

Erros fatais que zeram a redação do Enem:

• Desviar do tema;
• Copiar textos motivadores, ou seja, fazer da redação uma colcha de retalhos e não uma produção pessoal;
• Redigir um texto insuficiente, isto é, com menos de sete linhas;
• Descaracterizar a dissertação – fazer uma crônica, um poema ou qualquer outro formato que fuja do determinado;
• Fazer uso de partes desconectadas da reflexão.

Dicas para conquistar a nota máxima na redação do Enem:

• Antes de qualquer coisa, analise as redações nota mil publicadas na cartilha do participante divulgada pelo Inep – é uma boa fonte de consulta porque os textos são comentados pela banca avaliadora;
• Pense em uma estrutura de argumentação baseada em causa e efeito;
• Aplique um repertório legitimado, pertinente e produtivo. Insira um dado da atualidade, um fato histórico, um conceito, um pensador, entre outros – de preferência, um em cada parágrafo, conectando repertório e tema;
• Não descuide da coesão.

Não dá para adivinhar quais serão os temas da redação do Enem e dos vestibulares. No entanto, estes são alguns assuntos que, mesmo que não sejam exigidos na dissertação, podem ser usados na análise de tópicos sociais:

• 100 anos do rádio e sua importância;
• Superpopulação – o mundo atinge o número de oito bilhões de habitantes neste ano;
• O desafio da erradicação da fome;
• Como conciliar o agronegócio e a natureza;
• A música sertaneja como identidade cultural do Brasil;
• 200 anos da Independência e a importância dos museus;
• 100 anos da Semana de Arte Moderna de 22.

E não menos importante: escrever é sempre um exercício para o outro. Não basta produzir o texto e guardar para si; sempre mostre sua redação para alguém que tenha capacidade cultural para analisá-la e, assim, dar eco à sua escrita.

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